quinta-feira, 4 de setembro de 2025

A restauração da adoração através da cura.

 

Pastor Mário Alberto Ceasar - Presidente da igreja Assembleia de deus em Atalanta sc.

 Marcos 3:1-6 E outra vez entrou na sinagoga, e estava ali um homem que tinha uma das mãos mirrada. E estavam observando-o se curaria no sábado, para o acusarem. E disse ao homem que tinha a mão mirrada: Levanta-te e vem para o meio. E perguntou-lhes: É lícito no sábado fazer bem, ou fazer mal? Salvar a vida, ou matar? E eles calaram-se. E, olhando para eles em redor com indignação, condoendo-se da dureza do seu coração, disse ao homem: Estende a tua mão. E ele a estendeu, e foi-lhe restituída a sua mão, sã como a outra. E, tendo saído os fariseus, tomaram logo conselho com os herodianos contra ele, procurando ver como o matariam.

 

1. O Cenário da Cura (v.1)

 

Jesus entra na sinagoga — lugar de ensino, oração e adoração.

 

Um homem com a mão mirrada está ali, dentro da sinagoga, não à margem.

 

Isso revela que mesmo os limitados, os feridos, os excluídos, ainda buscavam estar na presença de Deus.

 

 

2. A Mão Mirrada como Obstáculo à Adoração (v.1)

 

A mão representa ação, serviço, expressão — e no contexto judaico, também pureza ritual.

 

Com a mão atrofiada, o homem não podia: Participar plenamente dos rituais.

 

Oferecer sacrifícios ou ajudar na leitura da Torá.

Expressar louvor com gestos ou servir à comunidade.

 

Sua limitação física se tornava uma barreira espiritual e social.

 

3. O Olhar de Jesus e o Coração dos Fariseus (v.2–4)

 

Os religiosos observam Jesus, não para aprender, mas para acusar.

 

Jesus confronta a hipocrisia: é lícito fazer o bem no sábado?

 

A pergunta revela que a verdadeira adoração não é ritualismo, mas misericórdia.

 

4. A Ordem e o Milagre (v.5)

 

Jesus, indignado com a dureza dos corações, ordena ao homem que se levante.

 

“Estende a tua mão” — um ato de fé, obediência e exposição.

 

Ao estender a mão, ele é curado — restaurado para adorar plenamente.

 

5. A Rejeição da Graça e os Embates Inevitáveis (v.6)

 

Os fariseus, em vez de se alegrarem com a cura, conspiram contra Jesus.

 

A religiosidade sem compaixão rejeita o milagre e o próprio Messias.

 

Cristo enfrentou oposição justamente por fazer o bem — e isso é um padrão para todos que seguem seu caminho.

 

Conexão com as Cartas Paulinas

 

Paulo também enfrentou forte resistência ao anunciar a graça:

Gálatas 4:16 — “Tornei-me vosso inimigo por vos dizer a verdade?”

 

2 Coríntios 11:23–28 — lista de perseguições, prisões, açoites e perigos enfrentados por causa do evangelho.

 

2 Timóteo 3:12 — “Todos os que piamente querem viver em Cristo Jesus padecerão perseguições.”

 

Assim como Jesus foi rejeitado por curar no sábado, Paulo foi rejeitado por pregar a liberdade em Cristo.

 

A fidelidade ao Reino frequentemente provoca embates com sistemas religiosos, culturais e políticos.

Aplicações

 

Há pessoas hoje dentro da igreja, como aquele homem, que estão limitadas — emocionalmente, fisicamente, espiritualmente.

 

Jesus vê, se importa e quer restaurar para que possam adorar em liberdade.

 

A verdadeira adoração não é perfeição externa, mas corações curados e rendidos.

 

E como Cristo e Paulo, não devemos nos surpreender com a oposição — ela é sinal de que estamos tocando em estruturas que precisam ser transformadas.

 

Conclusão

 

A cena na sinagoga em Marcos 3 nos revela mais do que uma cura física — ela expõe o coração de Deus diante da dor humana e a resistência religiosa.

 

O homem com a mão mirrada estava dentro da sinagoga, buscando adorar, mesmo limitado.

 

Jesus não apenas o cura, mas o restaura para a adoração plena, mostrando que o Reino de Deus é para os quebrados, os excluídos, os que têm coragem de se levantar e estender o que ainda está ferido.

 

Mas essa restauração provoca embates. Assim como Cristo foi confrontado por fazer o bem, nós também enfrentaremos resistência ao viver e anunciar a graça. Paulo sabia disso — foi perseguido, acusado, rejeitado — mas nunca recuou.

 A fidelidade ao evangelho não nos isenta da oposição; ela nos garante que estamos no caminho certo.

 

Portanto, que este texto nos encoraje a:

 

Permanecer dentro da sinagoga, mesmo quando feridos.

Estender nossas mãos, mesmo quando mirradas.

 

E seguir firmes, mesmo quando confrontados — porque quem cura é maior do que quem acusa.