Pastor Mário Alberto Ceasar - Presidente da igreja Assembleia de deus em Atalanta sc.
Marcos 3:1-6 E outra vez entrou na sinagoga, e estava ali um homem que tinha uma das mãos mirrada. E estavam observando-o se curaria no sábado, para o acusarem. E disse ao homem que tinha a mão mirrada: Levanta-te e vem para o meio. E perguntou-lhes: É lícito no sábado fazer bem, ou fazer mal? Salvar a vida, ou matar? E eles calaram-se. E, olhando para eles em redor com indignação, condoendo-se da dureza do seu coração, disse ao homem: Estende a tua mão. E ele a estendeu, e foi-lhe restituída a sua mão, sã como a outra. E, tendo saído os fariseus, tomaram logo conselho com os herodianos contra ele, procurando ver como o matariam.
1. O Cenário da Cura (v.1)
Jesus entra na sinagoga — lugar de ensino, oração e adoração.
Um homem com a mão mirrada está ali, dentro da sinagoga, não à
margem.
Isso revela que mesmo os limitados, os feridos, os excluídos,
ainda buscavam estar na presença de Deus.
2. A Mão Mirrada como Obstáculo à Adoração (v.1)
A mão representa ação, serviço, expressão — e no contexto judaico,
também pureza ritual.
Com a mão atrofiada, o homem não podia: Participar plenamente dos
rituais.
Oferecer sacrifícios ou ajudar na leitura da Torá.
Expressar louvor com gestos ou servir à comunidade.
Sua limitação física se tornava uma barreira espiritual e social.
3. O Olhar de Jesus e o Coração dos Fariseus (v.2–4)
Os religiosos observam Jesus, não para aprender, mas para acusar.
Jesus confronta a hipocrisia: é lícito fazer o bem no sábado?
A pergunta revela que a verdadeira adoração não é ritualismo, mas
misericórdia.
4. A Ordem e o Milagre (v.5)
Jesus, indignado com a dureza dos corações, ordena ao homem que se
levante.
“Estende a tua mão” — um ato de fé, obediência e exposição.
Ao estender a mão, ele é curado — restaurado para adorar
plenamente.
5. A Rejeição da Graça e os Embates Inevitáveis (v.6)
Os fariseus, em vez de se alegrarem com a cura, conspiram contra
Jesus.
A religiosidade sem compaixão rejeita o milagre e o próprio Messias.
Cristo enfrentou oposição justamente por fazer o bem — e isso é um
padrão para todos que seguem seu caminho.
Conexão com as Cartas Paulinas
Paulo também enfrentou forte resistência ao anunciar a graça:
Gálatas 4:16 — “Tornei-me vosso inimigo por vos dizer a verdade?”
2 Coríntios 11:23–28 — lista de
perseguições, prisões, açoites e perigos enfrentados por causa do evangelho.
2 Timóteo 3:12 — “Todos os que piamente
querem viver em Cristo Jesus padecerão perseguições.”
Assim como Jesus foi rejeitado por curar no sábado, Paulo foi
rejeitado por pregar a liberdade em Cristo.
A fidelidade ao Reino frequentemente provoca embates com sistemas
religiosos, culturais e políticos.
Aplicações
Há pessoas hoje dentro da igreja, como aquele homem, que estão
limitadas — emocionalmente, fisicamente, espiritualmente.
Jesus vê, se importa e quer restaurar para que possam adorar em
liberdade.
A verdadeira adoração não é perfeição externa, mas corações
curados e rendidos.
E como Cristo e Paulo, não devemos nos surpreender com a oposição
— ela é sinal de que estamos tocando em estruturas que precisam ser
transformadas.
Conclusão
A cena na sinagoga em Marcos 3 nos revela mais do que uma cura física
— ela expõe o coração de Deus diante da dor humana e a resistência religiosa.
O homem com a mão
mirrada estava dentro da sinagoga, buscando adorar, mesmo limitado.
Jesus não apenas o
cura, mas o restaura para a adoração plena, mostrando que o Reino de Deus é
para os quebrados, os excluídos, os que têm coragem de se levantar e estender o
que ainda está ferido.
Mas essa restauração provoca embates. Assim como Cristo foi
confrontado por fazer o bem, nós também enfrentaremos resistência ao viver e
anunciar a graça. Paulo sabia disso — foi perseguido, acusado, rejeitado — mas
nunca recuou.
A fidelidade ao evangelho não nos isenta da
oposição; ela nos garante que estamos no caminho certo.
Portanto, que este texto nos encoraje a:
Permanecer dentro da sinagoga, mesmo quando feridos.
Estender nossas mãos, mesmo quando mirradas.
E seguir firmes, mesmo quando confrontados — porque quem cura é
maior do que quem acusa.